Nódulo e câncer de tireoide na criança e no adolescente

Nódulos e cânceres de tireoide não são frequentes na criança ou no adolescente, mas até 13% dos adolescentes podem ter um nódulo de tireoide identificado no exame de ultrassonografia de tireoide. Nos jovens, 20 a 25% dos nódulos tireoidianos são malignos.

Nódulos de tireoide são mais frequentes em pacientes com tireoidites autoimunes. Como nos adultos, a maioria dos carcinomas é esporádico sem causa definida, mas, na faixa etária dos adolescentes, destaca-se, como fator de risco importante, a exposição à radiação na infância, como ocorre no tratamento de outros cânceres com radioterapia. Além disso, síndromes genéticas e antecedente familiar podem predispor tanto a formação de nódulos como ao câncer de tireoide.

Diante da detecção de nódulo na criança ou no adolescente, é importante a avaliação do endocrinologista que fará o exame clínico adequado, avaliará o funcionamento da tireoide e o exame de ultrassonografia. As estratégias diagnósticas podem diferir em relação aos adultos. Utilizar-se apenas da classificação ultrassonográfica dos nódulos, TIRADS, para indicar uma biópsia pode falhar em identificar precocemente casos de câncer, particularmente se a indicação de biópsia se basear no tamanho do nódulo. Quanto ao resultado da biópsia aspirativa do nódulo, nódulos classificados como indeterminados, Bethesda III e IV, tem maior risco de malignidade quando comparado aos adultos. Faltam estudos sobre o emprego de testes moleculares no diagnóstico de nódulos de citologia indeterminada em crianças e adolescentes. Dessa forma, o diagnóstico pré-operatório dos carcinomas de tireoide nessa faixa etária continua sendo um desafio.

Quanto ao tratamento de nódulos de tireoide nos jovens, a tireoidectomia é indicada se houver sintomas de compressão, hipertireoidismo causado pelo nódulo, nódulos grandes (maiores que 4 cm) mesmo com biópsia benigna e nódulos com biópsia indeterminada (Bethesda III a V) ou maligna (Bethesda VI). Técnicas minimamente invasivas, como ablação, não foram estudadas e, por isso, não são indicadas em crianças ou adolescentes.